1. |
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Cê lembra quando a gente foi viajar com a escola e entrou numa caverna com laguinho tava todo mundo fazendo fila na frente nos lados todo mundo em fila pra frente pro lado entrando na caverna tava todo mundo meio assustado tava todo mundo bem animado
Principalmente aquele professor que era mó legal e que ensinava
Aquelas guerras de massinha
E de repente os alunos na caverna foram um a um sumindo e o professor marxista falava muita calma nessa hora e parece que tinha um monstro na caverna que vinha e comia os alunos e bem nessa hora o professor marxista sumia
E voltava desesperado pra nos consolar,
E sempre um pouco mais gordinho
O que a gente não imaginava
é que o monstro era o professor marxista;
E a gente depositou tanta confiança
em quem nos mastigava, em quem nos engolia;
E dizem que as prateleiras do estômago dele quando ele vira mostro
estão sempre escassas, que falta até comida;
E dizem que os alunos ainda vão nas aulas,
E que não pensam mais fora da cartilha.
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2. |
Ferida
03:48
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O fim do mundo
é onde aponta
a bússola tonta
do teu nariz
O centro do fundo
onde desmonta
a piada pronta
de ser infeliz
Vai,
olha agora
onde acaba a pele
e começam tuas feridas
Vai,
sem demora,
onde acaba a pele
e começam tuas feridas
O fim do mundo etc..
Vai,
se afasta agora
pois talvez precise de um pouco sangue pra acordar
Vai,
sem demora
pois talvez precise de alguém pra me amordaçar
Como um cão sem raça
como carne de caça
Vou parir um dia pra nós dois
Vou parir manhãs sem depois
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3. |
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Eu sou só vácuo,
Malgrado tudo que minha vó dizia.
"Transforma teus sonhos em vôo",
Eu transformei em rela.
Vó, que te transformaste em pó,
Eu to voando.
To indo pra pqp
E desistir faz parte dos meus planos.
Baseado em "The Dead", de Rogério Skylab
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4. |
Ofélia
03:12
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Ofélia, eu sei
porque te jogas na água
Ofélia, eu sei
porque imploras por nada
Deixa me ser
o seu boi-de-piranha
Deixa me sangrar
Pra você atravessar
Eu perdi minhas roupas no rio
e faz frio no vazio do teu olhar
Eu perdi meu aço no emplasto
do teu abraço e não vou mais voltar
Ancorei no espaço meu navio
e joguei as chaves aos peixes surdos-mudos do mar
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5. |
Canção do Hixizine
02:36
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Quero ser esmagado pelo Estado,
Pra que façam meu legado na coluna social
Do jornal da faculdade.
Quero que todas beldades
Digam meu nome e que acabe
Discussão com o pai reaça -
quero os dois estremecendo e caindo duros.
Espero que desse jeito se acabem,
e se isolem uns dos outros e se enterrem nos tribunais
E que a máquina desforra
Dure pra sempre e que manche
Seus sobrenomes de sangue;
Vou causar com a tua cara,
que eu nunca vou ter caído do meu cavalo.
Mas aí nesse ponto todo o meu assombro
vai ter se diluído - e não queremos isso, mulher.
Tenho que o retrato do eu sangrento
Deve causar o desalento de eternas molecadas;
Tão eterno é o meu nome:
Hixizine, o superhomem,
Há de conquistar confiança
Da santa nobreza que antes
Lhe atacava no recreio,
E hoje julga os traidores - graças ao gênio.
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6. |
Pai do Filho e Hixizine
00:44
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Não tem medo do desejo -
Filhinho não tem medo, muito corajoso.
Todo fome, ataca mesmo,
Se despe de recato na casa dos outros.
Não teme o tanque de guerra,
Nem a estrela cadente,
Mas quando chega papai em casa,
Foge para o viaduto e voa.
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7. |
O Vôo
02:37
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solto a cabeça
entre os pombos
pardos da noite
a língua mãe lambe
e enlaça o vôo
meu trôpego
silêncio
meu olhos atentos
meu sorriso lento
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8. |
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Criança, já to quase em casa,
Teu choro ecoa na caçamba do caminhão
E me irrita profundamente.
Criança viciada em crack,
Eu também tenho meus problemas, você vai ver:
Minhas garras se escondem nos bueiros... Se aproxima...
Criança viciada em crack,
A minha mão é bem mais bela quando acaricia
Teu rosto breu que some claro.
O dia como qualquer outro,
Mas só teu berro atinge a fortaleza fria
E morre quieto entre as ataduras.
Criança viciada em crack,
Essa tua mágoa não te salva, não me salva, eu que salvo
Teu pouco futuro...
Me espera!
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9. |
Pai do Filho e Farme
01:08
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Meu filho é o D.I.O. de prata
que não coube no ventre
Meu filho é o nó na gravata
que estrangula a serpente
Meu filho é a barata no chão
da cozinha fria na noite quente
Meu filho é a errata na prece
que redime a virgem clemente no altar
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10. |
A Meio Poste
06:18
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Eu gosto de esperar pela manhã
de te ver chegar e desarmar-me o sono
eu gosto de saber o que
te franzes o cenho
Eu gosto de esperar o hortelã nascer
de ver crescer o seu cabelo
Eu gosto de saber porque
dilatas a íris
E estivar o estival
da tua sarna
(lalalalalalalal)
Tua bandeira a meio poste
talvez eu goste.
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